Teatro de Rua no Brasil

Carta de Santos - RBTR

REDE BRASILEIRA DE TEATRO DE RUA

Carta de Santos

A Rede Brasileira de Teatro de Rua - RBTR, criada em março de 2007, em Salvador/BA, é um espaço físico e virtual de organização horizontal, sem hierarquia, democrático e inclusivo. Todos os grupos de teatro, artistas-trabalhadores, pesquisadores e pensadores envolvidos com o fazer artístico da rua, pertencentes à RBTR podem e devem ser seus articuladores para, assim, ampliar e capilarizar, cada vez mais, reflexões e pensamentos, com encontros, movimentos e ações em suas localidades.
O intercâmbio da Rede Brasileira de Teatro de Rua ocorre de forma presencial e virtual, entretanto toda e qualquer deliberação é feita nos encontros presenciais, sendo que seus articuladores farão, ao menos, dois encontros anuais de forma rotativa de maneira a contemplar todas as regiões brasileiras, valorizando as necessidades mais urgentes do país. Os articuladores de todos os Estados, bem como os coletivos regionais, deverão se organizar para garantir a participação nos encontros, além da continuidade dos trabalhos iniciados nos Grupos de Trabalhos (GT´s), a saber: 1) Política e Ações estratégicas; 2) Pesquisa; 3) Colaboração artística; 4) Comunicação.
A Rede Brasileira de Teatro de Rua reunida de 26 a 30 de janeiro de 2012, no Centro de Formação para Apostolado de Santos (CEFAS), na cidade de Santos/SP, em seu 10º Encontro reafirma sua missão de:
· Lutar por um mundo socialmente justo e igualitário que respeite as diversidades;
·Contribuir para o desenvolvimento do fazer teatral de rua, possibilitando as trocas de experiências artísticas e políticas entre os articuladores da rede;
· Lutar por políticas públicas culturais com investimento direto do Estado por meio de fundos públicos de cultura, garantindo assim o direito à produção e ao acesso aos bens culturais a todos os cidadãos brasileiros;
· Lutar pelo livre uso dos espaços públicos abertos, garantindo a prática artística e respeitando as especificidades dos diversos segmentos das artes cênicas, em acordo com o artigo 5° da constituição brasileira.

Os articuladores da Rede Brasileira de Teatro de Rua, com o objetivo de construir políticas públicas culturais mais democráticas e inclusivas, defendem:
· A criação da lei que instituirá o Programa de Fomento ao Teatro de Grupo e que a mesma assegure a participação do teatro de rua e contemple: produção, circulação, formação, trabalho continuado, registro e memória, manutenção, pesquisa, intercâmbio, vivência, mostras e encontros de teatro, levando em consideração as especificidades de cada região (ex: custo amazônico);
· Debater e criar junto ao poder público marcos legais para a plena utilização dos espaços públicos abertos, extinguindo todas e quaisquer cobranças de taxas, bem como a excessiva burocracia para as apresentações de artistas-trabalhadores de rua;
· Ocupar prédios passíveis de serem considerados de utilidade pública e que não cumprem sua função social, transformando-os em sedes de grupos que desenvolvam ações continuadas;
· Que os editais federais sejam publicados no primeiro trimestre de cada ano com maior aporte de verbas, liberadas sem atrasos, respeitando-se os prazos estipulados pelo edital e a publicação da lista de projetos contemplados e suplentes, e a divulgação de parecer técnico de todos os projetos avaliados pela comissão;
· Que os editais sejam estruturados e divididos, pensando as realidades de cada Estado, e que sejam criadas comissões igualmente regionalizadas e indicadas pelos movimentos artísticos organizados de cada região, bem como a criação de mecanismos de acompanhamento e assessoramento dos artistas-trabalhadores e grupos fazedores das artes cênicas da rua;
· A representatividade do teatro de rua nos colegiados setoriais e conselhos das instâncias Municipal, Estadual e Federal;
· A aprovação e regulamentação imediata da PEC 150/03 (atual PEC 147), que vincula para a cultura, o mínimo de 2% do orçamento da União, 1,5% do orçamento dos estados e Distrito Federal e 1% do orçamento dos municípios;
· A criação de uma legislação específica para a cultura, já que a lei 8.666/93 não contempla as especificidades da área cultural;
· A extinção da Lei Rouanet e de quaisquer mecanismos de financiamentos que utilizem a renúncia fiscal, por compreendermos que a utilização da verba pública deve ocorrer por meio do financiamento direto do Estado, através de programas e editais em formas de prêmios elaborados pelos segmentos organizados da sociedade;
· Que sejam incluídas dentro das Universidades, instituições de ensino e escolas técnicas, matérias referentes ao estudo do Teatro de Rua, da Cultura Popular Brasileira e do teatro da América Latina;
· A valorização e financiamento das publicações e estudos de materiais específicos sobre teatro de rua e manifestações da cultura popular e sua distribuição, respeitando sua forma de saber enquanto registro.
Frente a um processo histórico, que prima pela higienização e pela criminalização dos movimentos sociais, a RBTR apóia e defende a luta da Associação dos Cortiços do Centro de Santos, que lutam pelo direito à moradia digna.
Defendemos também a ampliação dos recursos disponibilizados ao Fundo Municipal de Cultura de Santos, e que os mesmos sejam disponibilizados por meio de editais públicos, de forma transparente e com a participação da sociedade civil organizada. Defendemos, ainda, avanços no processo democrático popular que envolve o Conselho Municipal de Cultura de Santos.
O Teatro de Rua é um símbolo de resistência artística, comunicador e gerador de sentido, além de ser propositor de novas razões no uso dos espaços públicos abertos. Assim, instituímos o dia 27 de março, dia mundial do teatro e dia nacional do circo, como o dia de mobilização nacional por políticas públicas, e conclamamos os artistas- trabalhadores de rua e a população brasileira a lutarem pelo direito à cultura e à vida.

Reunidos nestes cinco dias, deliberou-se que o próximo encontro, em 2012, será sediado na cidades de João Pessoa\PB, nos dias 20, 21, 22 e 23 de setembro.

“Teatro só faz sentido quando é uma tribuna livre onde se podem discutir até as últimas conseqüências os problemas do homem.”
Plínio Marcos

30 de janeiro de 2012
Santos/SP

Rede Brasileira de Teatro de Rua – RBTR

MANIFESTO - PRÊMIO TEATRO BRASILEIRO




À Comissão de Tributação e Finanças da Câmara dos Deputados
Deputado Pedro Eugênio (PT-PE)


MANIFESTO
REDE BRASILEIRA DE TEATRO DE RUA
PRÊMIO TEATRO BRASILEIRO.



A Rede Brasileira de Teatro de Rua - RBTR, um espaço físico e virtual de organização horizontal, sem hierarquia, reunida de 27 a 30 de outubro de 2011, na Aldeia Cultural Casa Viva, Cidade de Teresópolis, RJ, em seu 9º Encontro, tendo em vista, sua luta por políticas públicas culturais com investimento direto do Estado que garantam o direito à produção e ao acesso aos bens culturais a todos os cidadãos brasileiros e;
Considerando que o Teatro de Rua é um símbolo de resistência artística, comunicador e gerador de sentido, além de ser propositor de novas razões no uso dos espaços públicos abertos, democrático e inclusivo;
Considerando que nossa atividade artística, que compreendemos como “Arte Pública”, não se enquadra neste sistema de financiamento perverso baseado na lei de renuncia fiscal que vem sendo  proposto e defendido por este governo.
Considerando uma luta histórica que vem sendo travada por mais de dez anos pelos movimentos teatrais e artísticos organizados por todo Brasil, que visam a criação e manutenção de programas de fomento as artes, vinculado a uma política de estado para cultura
Considerando, por último, nossa posição pela extinção da Lei Rouanet e de quaisquer mecanismos de financiamentos que utilizem a renúncia fiscal, por compreendermos que a utilização da verba pública deve dar-se através do financiamento direto do Estado com regras claras e transparentes e com a participação da sociedade civil organizada.:
Exigimos a retirada do texto do Prêmio Teatro Brasileiro do Projeto de Lei, denominado: PROCULTURA e que o mesmo seja transformado em lei específica com dotação orçamentária própria e com financiamento direto.,  pois acreditamos que o poder público não deve e nem pode abrir mão de suas responsabilidades para a manutenção e apoio das atividades artísticas populares que não tem como premissa gerar lucro ou produzir mercadorias.

“A Arte Pública não é e não pode ser produção do poder público.Não é!Mas, cabe ao poder público reconhecer sua existência e importância”.
(Amir Haddad – Ator e Diretor Teatral – Fundador: Grupo Tá Na Rua – RJ).

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Teresópolis – RJ - 30 de outubro de 2011
Rede Brasileira de Teatro de Rua.

9º Encontro RBTR – CARTA DE TERESÓPOLIS

REDE BRASILEIRA DE TEATRO DE RUA – RBTR 
 Carta de Teresópolis

 A Rede Brasileira de Teatro de Rua – RBTR, criada em março de 2007, em Salvador/Bahia, é um espaço físico e virtual de organização horizontal, sem hierarquia, democrático e inclusivo. Todos os grupos de teatro, artistas-trabalhadores, pesquisadores e pensadores envolvidos com o fazer artístico da rua, pertencentes a RBTR podem e devem ser seus articuladores para, assim, ampliar e capilarizar, cada vez mais reflexões e pensamentos, com encontros, movimentos e ações em suas localidades.

 O intercâmbio da Rede Brasileira de Teatro de Rua ocorre de forma presencial e virtual, entretanto toda e qualquer deliberação é feita nos encontros presenciais, sendo que seus articuladores farão, ao menos, dois encontros anuais de forma rotativa de maneira a contemplar todas as regiões brasileiras, valorizando as necessidades mais urgentes dentro do país. Os articuladores de todos os Estados, bem como os coletivos regionais, deverão se organizar para garantir a participação nos encontros, além da continuidade dos trabalhos iniciados nos Grupos de Trabalhos (GT´s), a saber: 1) Política e Ações estratégicas; 2) Pesquisa; 3) Colaboração artística; 4) Comunicação.

 A Rede Brasileira de Teatro de Rua reunida de 27 a 30 de outubro de 2011, na Aldeia Cultural Casa Viva, Cidade de Teresópolis, RJ, em seu 9º Encontro reafirma sua missão de:

 · Reafirmar a necessidade por um mundo socialmente justo e igualitário que respeite as diversidades;

 ·Contribuir para o desenvolvimento do fazer teatral de rua, possibilitando as trocas de experiências artísticas e políticas entre os articuladores da rede;

 · Lutar por políticas públicas culturais com investimento direto do Estado por meio de fundos públicos de cultura, garantindo assim o direito à produção e ao acesso aos bens culturais a todos os cidadãos brasileiros;

 · Lutar pelo livre uso dos espaços públicos abertos, que garanta a prática artística, considerando as especificidades dos diversos segmentos das artes cênicas e respeitando o artigo 5° da constituição brasileira*.

 Os articuladores da Rede Brasileira de Teatro de Rua, com o objetivo de construir políticas públicas culturais mais democráticas e inclusivas, defendem:

 · A criação da Lei que instituirá o Programa de Fomento ao Teatro de Rua do Brasil com o financiamento direto do Estado que contempla: produção, circulação, formação, trabalho continuado, registro e memória, manutenção, pesquisa, intercâmbio, vivência, mostras e encontros de teatro de rua, levando em consideração as especificidades de cada região (ex: custo amazônico);

 · Debater e criar junto ao poder público, marcos legais para plena utilização dos espaços públicos abertos, extinguindo todas e quaisquer cobranças de taxas, bem como a excessiva burocracia para as apresentações de artistas-trabalhadores de rua;

 · Ocupar prédios passíveis de serem considerados de utilidade pública e que não cumprem sua função social, transformando-os em sedes de grupos que desenvolvam ações continuadas;

 · Que os editais federais sejam publicados no primeiro trimestre de cada ano com maior aporte de verbas, liberadas sem atrasos, respeitando-se os prazos estipulados pelo edital e a publicação da lista de projetos contemplados e suplentes, e a divulgação de parecer técnico de todos os projetos avaliados pela comissão;

 · Que os editais sejam estruturados e divididos, pensando as realidades de cada Estado, e que sejam criadas comissões igualmente regionalizadas e indicadas pelos movimentos artísticos organizados de cada região, bem como a criação de mecanismos de acompanhamento e assessoramento dos artistas-trabalhadores e grupos fazedores das artes cênicas da rua;

 · A representatividade do teatro de rua nos colegiados setoriais e conselhos das instâncias Municipal, Estadual e Federal;

 · A aprovação e regulamentação imediata da PEC 150/03 (atual PEC 147), que vincula para a cultura, o mínimo de 2% do orçamento da União, 1,5% no orçamento dos estados e Distrito Federal e 1% no orçamento dos municípios;

 · A criação de uma legislação específica para a cultura, já que a lei 8.666/93 não contempla as especificidades da área cultural;

 · A extinção da Lei Rouanet e de quaisquer mecanismos de financiamentos que utilizem a renúncia fiscal, por compreendermos que a utilização da verba pública deve se dar através do financiamento direto do Estado, por meios de programas e editais em formas de prêmios elaborados pelos segmentos organizados da sociedade;

 · Que sejam incluídas dentro das Universidades, instituições de ensino e escolas técnicas, matérias referentes ao estudo do Teatro de Rua, da Cultura Popular Brasileira e do teatro da América Latina;

 · A valorização e financiamento das publicações e estudos de materiais específicos sobre teatro de rua e manifestações da cultura popular e sua distribuição, respeitando sua forma de saber enquanto registro.

 O Teatro de Rua é um símbolo de resistência artística, comunicador e gerador de sentido, além de ser propositor de novas razões no uso dos espaços públicos abertos. Assim, instituímos o dia 27 de março, dia mundial do teatro e dia nacional do circo, como o dia de mobilização nacional por políticas públicas, e conclamamos os artistas- trabalhadores de rua e a população brasileira a lutarem pelo direito à cultura e à vida.

 Reunidos nestes quatro dias, deliberou-se que os próximos encontros, em 2012, serão sediados nas cidades de Santos\SP e João Pessoa\PB.

 “Viva o Teatro de Rua!!!”

 30 de outubro de 2011
 Teresópolis – RJ

Um artistas e sua consciência

Trecho da palestra do Amir Haddad sobre arte pública

Trecho da palestra proferida por Amir Haddad, diretor do grupo carioca Tá Na Rua, no Seminário Nacional de Dramaturgia para o Teatro de Rua, promovido pelo Núcleo Pavanelli de Estudos de Teatro de Rua, em 18 de junho de 2011 no Instituto de Artes da UNESP, São Paulo, com transmissão pela internet. Trecho transcrito por Licko Turle.

"O Tá Na Rua, meu grupo, já tem 30 anos. É bastante tempo. O que eu aprendi neste tempo, é (sobre) o caráter público da nossa atividade. O que eu fui aprendendo cada vez mais, quanto mais eu me afastava da forma oficial de teatro que me era oferecida. Quanto mais eu buscava uma maneira minha, pessoal, de dar uma resposta a esta questão do teatro, mais eu ia percebendo o caráter público do que a gente faz.

Dentro de todo o movimento do Escambo que o Junior Santos faz. Nenhum (grupo) deles está pensando que vai fazer uma companhia para vender o seu produto num teatro e ganhar dinheiro. Em nenhum momento, nenhum destes meninos, que vem de todas as regiões do Rio Grande do Norte e do Ceará, do sertão, do litoral, dos quarenta e tantos grupos que participam do Escambo! Estão todos a fim de fazer teatro. Ninguém está falando, a eu vou fazer uma carreira de ator, ganhar dinheiro, virar profissional deste ofício.

(Teatro de rua) É um chamado verdadeiro que não é voltado para a profissão. Sempre me perguntam: 'você é profissional?' Dá vontade de dizer que 'eu sou profissional porque eu vivo disto' mas, eu não sou profissional na minha escolha. O teatro não é uma escolha profissional. Eu não escolhi ao teatro como carreira. Escolhi como forma de expressão. Não escolhi como maneira de ganhar dinheiro, qual é o melhor emprego, o que é que está dando mais. Não escolhi para ser artista de televisão. Não escolhi para vencer na vida. Quando eu escolhi o teatro, eu escolhi porque era a minha forma de expressão. Eu não estava pensando em ganhar dinheiro com aquilo. Depois você vai indo... 'ah, você agora é profissional vai ganhar dinheiro'. E aquilo vai ficando dentro de você. Mas, na verdade, o chamado não é nesta direção. O chamado é para uma atividade pública, para uma arte pública.

Lá no Escambo, as pessoas estão reunidas para fazer teatro, para servir às comunidades onde elas vivem. Para fazer teatro nas praças dos lugares onde elas vivem. Para sair daquela cidade e ir para outra cidade sem ganhar um tostão! E tem que cozinhar a própria comida. Estão fazendo isto por quê? Vão para as cidades, pegam as histórias.. Eu fui assistir a um espetáculo e um cara apareceu lá prá contar a história de um ladrão, que tinha roubado uma pessoa daquela cidade. A história era da cidade, o grupo era da cidade, falando para a cidade aquilo e em nenhum momento ele estava pensando em fazer uma carreira, em ir prá Globo. Ele estava fazendo teatro. Um chamado que ele não tem como evitar. O teatro é um chamado público, Não é um chamado para a profissão. Não é a mesma coisa você querer fazer teatro - que é uma arte pública - e querer fazer engenharia, medicina - que são carreiras que você pode fazer com procedimentos mais certos.

Isto é uma coisa que tem ocupado todas as minhas reflexões nestes últimos tempos da minha vida. Que o teatro... o que eu faço... é arte pública! Na verdade é uma arte, porque todas as artes são públicas. A possibilidade de se expressar livremente é inerente a qualquer ser humano, ao cidadão. E é uma necessidade do ser humano. E quando nós queremos trabalhar com as nossas forças mais criativas - porque faz parte da nossa natureza - nós estamos querendo oferecer alguma coisa a alguém. É um chamado muito grande para você trabalhar com estas forças. Não é um chamado qualquer de uma carreira profissional. Você tem isto. O artista tem necessidade de se expressar. O cidadão tem necessidade de se expressar. Ele (quando está) se expressando, ele não está ali para ganhar dinheiro, pode até eventualmente, ganhar dinheiro – às vezes precisa ganhar dinheiro. Mas a arte como produto, que você coloca ali na prateleira do supermercado e vende, isto é uma coisa muito recente. Antes, os artistas eram protegidos dos reis... eram protegidos dos papas... eram protegidos dos mecenas... para fazer as coisas que eles faziam... Eles faziam as coisas deles. Eles pintavam santos... a cara dos mecenas deles... faziam as coisas deles... mas ninguém botava a obra no mercado. Faziam as grandes igrejas, os templos, tudo para consumo público! Pintavam o teto das igrejas, pintavam estátuas... Os gregos faziam coisas maravilhosas. O Pathernon era um templo, não era um museu. As obras de arte que estavam lá, não tinham o nome de obra de arte! Era o ser humano mostrando que ele era capaz de produzir beleza... e organizando esta beleza no espaço, numa arquitetura para produzir o crescimento do cidadão que freqüentava aquilo ali. Não era para ser vendido! Nós não podemos vender aquilo que a gente tem de melhor, (é) para dar. Eu não posso esquartejar o meu afeto, para vender ele - de uma maneira ou de outra - para alguém que quiser comprar. O que é pior ainda. Para quem tiver dinheiro para comprar. Para você, eu não vendo, porque não paga. Para você, eu vendo porque você paga. Então, eu pego a minha alma, faço uma graça prá ele, porque ele, paga e esse, não. É a minha alma. É tudo de melhor que tem dentro de mim. É o melhor que todos os seres humanos tem dentro de si. Como é que eu posso pegar isto, que é a melhor qualidade humana, que é a criação e a fertilidade, e transformar isto num produto que eu ponho à venda? É possível! A sociedade burguesa faz isto. Nós vivemos neste mundo mercantilizado. Isto é vendido em todos os lugares. É tão forte que nós não temos nem mesmo um conceito de arte pública. Eu falo isto porque aqui é um encontro de teatro de rua, trabalhamos com esta doação.

Todos nós (artistas) quando saímos para os espaços abertos pensamos em oferecer o melhor de nós mesmos para a população, sem distinção de classe. A gente não separa o público que vem ver a gente na rua. Quem chegar para ver, vai ver e ser visto. Como é que eu sobrevivo desta atividade? Como é que eu posso viver a partir das artes públicas? Como é que vai um ator, um artista de teatro, vai exercer a sua generosidade e sobreviver num mundo como este? São questões que ficam na minha cabeça. Agora , quando eu estou livre nas ruas, eu dou o melhor de mim mesmo. E olha, quanto mais fudido, melhor eu estou para dar. Porque, às vezes, eu vou com equipamentos que eu tenho, com apoio e o espetáculo não é tão bom do que quando eu vou com a minha pobreza, com o mínimo que eu tenho. Aí, é só eu e a minha doação definitiva que está sendo feita ali. Então, eu acho que nós não temos desenvolvido, ainda, um conceito de Artes Públicas que consiga englobar todas as atividades de todos nós, que fazemos escambos no Brasil inteiro, que temos trocas de grupos no Brasil inteiro, que temos grupos se mexendo no Brasil inteiro... este movimento não tem nome, não tem definição. Não se enquadra na visão de arte que a burguesia mercantilista desenvolveu e absorveu. Não se enquadra no mercado. Não é para ser vendida da mesma maneira que é vendido os outros produtos culturais. Que nome nós vamos dar as artes públicas? E que políticas públicas a gente pode estabelecer no momento em que tudo é no sentido de afunilar na privatização? A gente está aqui no sentido da arte pública.

Tudo caminha para a privatização, tudo caminha para um certo tipo de controle. Tudo caminha para um certo tipo de apoio. Tudo caminha para um certo tipo de edital. As políticas públicas todas são feitas para as Artes Privadas. E nós não temos políticas públicas para as Artes Públicas! Nós não temos sequer um conceito de Arte Pública pensado ou desenvolvido.

Nossa atividade é de arte pública. Nós vamos para as praças, nós vamos para as ruas, nós oferecemos o nosso trabalho. Nós achamos que existe uma quantidade grande de doação que é possível ser feita em contato direto com a população. Nenhum grupo de teatro de rua tem esta idéia de se trancar e vender ingresso. A gente vai para a rua e muitas vezes acha que tem dinheiro, acha que quer, acha que merece - e merece! Mas não ter (dinheiro) não impede a gente de fazer, de ir para a rua e fazer. É um chamado muito grande... Tem a coisa, que é a idéia dominante no momento, mas tem o fluxo que foi falado aqui, que é o popular, que você não vê, que você se utiliza dele e não se dá conta. Que ele é eterno e em perpétuo movimento e traz a ancestralidade. Ao mesmo tempo, que o mundo na sua superfície, caminha para um fascismo violento, para uma segregação violenta, para uma privatização violenta, cada vez mais os mercados sendo restritos, os povos se defendendo, as etnias brigando... O monoteísmo é foda! Dá muita guerra o monoteísmo. Porque cada Deus é o melhor Deus e, aí, em nome dele se faz tudo! Quando o mundo caminha para uma segregação grande, para um saneamento violento, um fascismo que cresce dentro de cada uma das pessoas. Os governos falam 'não sou fascista', mas cada uma das pessoas, pelo medo, pela ameaça, pela falta de perspectivas... viram fascistas! Viram nazistas e querem eliminar o inimigo, eliminar a diferença. Só querem conviver com aquilo que é igual a eles mesmos. Então neste momento que o mundo vai mal, também tem um movimento novo, de coisas novas que vão acontecendo. E eu acho que o Movimento de Teatro de Rua, faz parte desta novidade. Da possibilidade de um aceno para um futuro diferente que este presente quer nos oferecer. Este presente nos propõe um futuro de cartas marcadas. Mas se nós estamos trabalhando na rua, certamente estamos sonhando um outro futuro. Um futuro onde esta possibilidade pública, generosa, realmente democrática, possa existir e onde a produção cultural - que é o melhor que o ser humano pode fazer - não seja transformado em um produto de mercado. Que eu não precise estraçalhar a minha alma para vender um pedaço dela aqui, outro ali. Eu acho que o teatro de rua tem esta característica pública e é um anúncio, de possibilidade de modificação no mundo. O fascismo vai avançar, o Sarcosi (Nicolai) vai avançar. O Obama (Barak) vai ser cada vez mais obrigado a fazer o que ele não quer fazer para ver se consegue se reeleger. Espanha, Portugal, Grécia, Irlanda sendo devoradas pelos banqueiros. É a pior coisa do mundo! Estes países à beira da falência porque não tem dinheiro para pagar os juros dos banqueiros. E todo mundo falando: 'Corta do povo!', 'Corta do salário do trabalhador!' 'Corta na vida das pessoas!'. Para quê? Para pagar os juros dos banqueiros - os bancos! Estes países estão à beira da falência porque não tem dinheiro para pagar os bancos e estão ali numa situação destas. Que mundo é este? Nós (teatro de rua) podemos ser uma possibilidade para um mundo melhor! Para uma redenção. Eu acredito no teatro de rua como esta possibilidade! Porque é uma arte que se faz publicamente, desinteressadamente, por necessidade absoluta de cada um de nós. Não acredito que tenha um grupo de teatro de rua - por pior que seja - que não tenha uma utopia na cabeça. Mesmo aquele que não está seguro do que está fazendo, mesmo aquele que não pensa nisto, ao fazer teatro de rua e ir para a rua, tem uma utopia na cabeça. Sair dos espaços fechados e se exercitar no espaço público, isto já significa um compromisso com a utopia. Todos nós temos isto e todos nós queremos oferecer o melhor de nós mesmos para melhor do mundo onde a gente vive. Para isto, é preciso desenvolver políticas públicas para as artes públicas.

É uma coisa que nem passa pela cabeça dos governantes de ter políticas públicas para as Artes Públicas. A gente mesmo, fica exercendo isto e trabalhando, como se a gente fosse privatizado. Nossa alma privatizada, nossos afetos privatizados, nossa atividade privatizada, competindo com o mercado e sempre recebendo a pior (parte) porque seremos sempre menos, porque não somos o que somos. Nós somos uma coisa que parece que é o pior porque somos comparados com o que eles acham que é o melhor. Mas isto não é verdade porque nós trazemos uma possibilidade nova. Nós trazemos o que o TNR faz sempre. Trabalhamos no presente para um outro futuro. Pensamos que: as coisas estão deste jeito... mas, poderão ser de outro. Se cada um de nós, comprasse esta idéia de arte pública e, em vez de pedir dinheiro pro governo, pedir políticas públicas para as artes públicas... Pensem nos grupos que trabalham nas praças públicas, nas ruas, que se oferecem para a cidade, que vão ao encontro da população, que não discriminam o seu público, que procuram modificar a cidade de uma maneira em geral. Pensar em políticas públicas de ocupação dos espaços públicos, de abertura e limpeza das praças, ver gente nas ruas. Pensar políticas públicas para as Artes Públicas, significa pensar o mundo de uma outra maneira, no momento em que se pensa o mundo com a idéia de limpar ao máximo a cidade, não deixar ninguém ir para as praças e atrapalhar... e botar polícia. A praça é da polícia.

Mas, se a gente tem um conceito de Arte Pública, uma idéia de como estimular as políticas públicas para as Artes Públicas, provavelmente seremos obrigados a pensar a cidade como ela é! No movimento de teatro de rua já se faz muito isto. As cidades começam agora a se dar conta que elas precisam se humanizar. Uma cidade como São Paulo faz muito bem em fazer o Viradão Cultural, fazer eventos esportivos enormes, porque viver numa cidade deste tamanho, se você não tiver estas coisas, fica muito difícil viver. E estas são maneiras de acalmar o cidadão... Mas pode ter uma outra maneira que é a de provocar o crescimento do cidadão.

No momento a coisa que é essencial na minha cabeça agora é essa: políticas públicas para as Artes públicas! Como é que a gente pode fazer isto? Como é que a gente reivindica isto? Eu não quero dinheiro prá nada. Eu detesto quando me dão dinheiro - apesar de precisar de dinheiro para viver - porque cada vez que me dão dinheiro, ele vem com tanta complicação, tanto tolhimento, que eu gostaria de não precisar deste dinheiro. Gostaria que todos os meus atores fossem milionários de forma que não precisassem de mais nada na vida e pagassem o meu salário.

A Lei de Fomento de São Paulo é um avanço grande nesta direção porque os grupos, que são contemplados, se oferecem para a cidade. Eles não vão atrás de bilheteria, não estão buscando isto e precisam deste apoio para exercer a sua função. Não é mais a mesma coisa de dar o dinheiro para uma companhia teatral... está dando o dinheiro de uma forma muito melhor... Mas ainda não tem o conceito de artes públicas funcionando.

Acho, que a gente deveria trabalhar por um conceito de artes públicas, dar este nome a nossa atividade. É bom porque pode conseguir políticas interessantes e a gente não (precisaria) vir sempre à reboque do pensamento da cultura oficial. Nós somos de outro setor, outro departamento e estamos andando para outra direção completamente diferente da que avança aquela. Se a gente consegue fazer passar uma idéia desta, avança muito.

E, também, no sentido de que cada um de nós faça uma reflexão sobre a nossa prática. Se nós nos encararmos também como executores de uma arte pública, nós vamos ter uma visão melhor da gente mesmo. Ficaremos menos prisioneiros da coisa do artista que não sabe direito o que está fazendo, que não se define na sua prática. E nós vamos sempre estar nos sentindo, por causa deles, piores em relação aos outros artistas. Porque todo mundo sabe que você faz. Se perguntam você é ator? Sou! O que é que você faz? Teatro de rua! Nêgo já vira a cara prá você!

Para mim é o que há de mais moderno, mais avançado, mais instaurador de uma possibilidade de futuro prá gente.

A arte já foi pública, se privatizou e ela deverá novamente se tornar pública. De que maneira, não dá para a gente dizer agora. Mas eu tenho certeza que este movimento de gente, que todos os dias faz novos grupos querendo fazer teatro de rua, aumentando ... Eu lembro quando era somente eu, o Junio santos e mais umas poucas pessoas... E agora, já é uma quantidade enorme. Isto significa uma coisa nova. Significa uma possibilidade de enfrentar o latifúndio cultural, a tsunami cultural que passa por cima da gente, devastando tudo. Então vamos fazer a nossa onda.

Há um mês atrás, eu não teria coragem de falar isto, tal era a minha angústia e o meu sufoco no Rio de Janeiro. Porque eu me via tolhido, impossibilitado de ir para as praças. Estas coisas todas. Isto demorou muito. Eu tive uma briga com a secretária de cultura, isto é público, todos vocês sabem. Xinguei o prefeito. Eu estava muito amarrado agora trocou o secretário de cultura. É o Emílio Calmom, paulista. Ele me encontrou, me cumprimentou e disse: 'não lembra de mim?' Eu disse: 'estou lembrando...' Ele disse: Adoro o seu trabalho!' E eu falei: 'não acredito!' Foi numa festa. Três semanas depois, ele me telefonou dizendo que iria reinaugurar a praça Tiradentes e queria que eu fizesse a festa de reinauguração. É para mim, um reconhecimento enorme. Eu sempre quis tomar conta de todas as praças do Rio de Janeiro. Queria administrar aqueles espaços culturais...

Lancei a idéia de sedes públicas para os grupos, onde cada um assumiria uma praça. Ele toma conta daquela praça, a prefeitura ajuda a ele. Sempre imaginei esta coisa... Mas é difícil de andar. Aí, o cara chega e me chama para fazer este evento, esta festa. Estou falando isto, porque eu estou fazendo legal. Porque o TNR faz desde uma rodinha com três atores e um tambor, até uma festa, como as de Mossoró, que trabalhei com cinco mil, seis mil pessoas. A gente não ficou no aperto, eu fui avançando, avançando, ocupando espaços, mobilizando tudo, até chegar a uma idéia de uma cidade luminosa, uma cidade feliz, que se manifesta através das artes. Este é um sonho que eu acho que um dia pode acontecer. Uma cidade etérea, uma cidade iluminada. Por isto fui trabalhando assim. E agora veio esta chance e o meu roteiro da festa é muito bom! A festa que eu escrevi. Eu fiz a dramaturgia do evento inteiro. É um espetáculo! Um espetáculo que dura 12 horas. Começa às 10h da manhã e termina 10 da noite. É um espetáculo formado de muitos espetáculos. Convidamos várias coisas que achamos interessantes, justapusemos elas, fizemos um roteiro, uma dramaturgia, Pura dramaturgia! Tem uma dramaturgia enorme em torno do evento e além de tudo, teremos os atores treinados pelo TNR, que já passaram por nós, cerca de 60 atores, que irão conduzir a festa o tempo todo. Desde a hora que ela começa até a hora que ela termina.

Se isto der certo, eu já posso falar de arte pública, em cobrar do prefeito, lançar esta idéia. Falar que o Brasil tinha que sair na frente - nós temos que sair na frente mesmo. Não temos que ir à reboque de nada. Que nós podemos propor políticas públicas para as artes públicas. Isto é muito bom. O Brasil vai fazer a Copa do Mundo. O Brasil vai fazer as olimpíadas. É hora de se pensar nas artes públicas! Porque, senão, o que é que nós vamos oferecer para as pessoas? Ivete Sangalo, Ivete Sangalo, Ivete Sangalo, Luan Santana, Ivete Sangalo, Ivete Sangalo, Ivete Sangalo, Luan Santana, Ivete Sangalo... o tempo todo!

Quantas Ivetes Sangalos você pode oferecer como show? No rio de janeiro é esta a variedade de artista... Pensar em artes públicas para os novos tempos que o Brasil vai enfrentar.

Eu já pensei coisas que até Deus duvida e agora eu não tenho o menor medo de pensar isto e lutar por esta idéia de arte pública.

Eu acho que políticas públicas para as Artes Públicas é uma coisa que ninguém pediu!

A gente pede dinheiro! Tem que pedir política sem se submeter ao que eles falam!

Tentar mudar este pensamento, também. Será que este ministério é capaz de ouvir uma demanda desta natureza?

Acho que a gente tem que começar a pensar nisto, talvez juntar mais gente e discutir. Colocar o conceito de arte pública.

Melhorar a nossa prática teatral, melhorar a generosidade que está por trás e por baixo de toda a nossa prática e avançar!

Adorei ficar aqui estes três dias entre os meus pares. É ruim ficar sozinho, isolado. Aqui a gente vai conversando... prá tentar vencer esta solidão. E nos organizarmos em movimento pelas artes públicas num país que já é muito privilegiado por políticas públicas para as Artes Privadas!

Obrigado.

MOÇÃO de apoio ao MTC

A Rede Brasileira de Teatro de Rua, presente em todos os Estados brasileiros e caracterizada como uma organização horizontal, inclusiva e não hierárquica, que luta por políticas públicas culturais em âmbito municipal, estadual e federal, para garantir o direito à produção e acesso aos bens culturais a todos os cidadãos brasileiros, apóia e endossa as ações realizadas pelo Movimento dos Trabalhadores da Cultura.

A RBTR acredita que ações como a ocupação em vigência nas estruturas do prédio da Funarte-SP, são primordiais na luta pela conquista dos direitos e da dignidade do artista e da cultura deste país!

É inadmissível a inércia e letargia que tomou conta do Ministério da Cultura. Diluíram-se os avanços conquistados até ano passado e hoje praticamente não existem políticas efetivas, que possibilitem ao artista brasileiro manter o seu trabalho continuado e o direito de se expressar livremente.

Portanto esta Rede se une ao MTC na busca da construção de uma sociedade mais justa e democrática.

Perdemos a paciência: Exigimos dinheiro público para arte pública!


REDE BRASILEIRA DE TEATRO DE RUA

Artistas ocupam sede da Funarte em São Paulo para protestar contra MinC

http://noticias.uol.com.br/politica/2011/07/25/artistas-ocupam-sede-da-funarte-em-sao-paulo-para-protestar-contra-minc.jhtm

Guilherme Balza
Do UOL Notícias
Em São Paulo


Militantes ligados a coletivos de arte ocuparam a sede da Funarte (Fundação Nacional de Arte), órgão do Ministério da Cultura (MinC), no centro de São Paulo, por volta de 16h30 desta segunda-feira (25). A categoria fará uma plenária ainda hoje para decidir o tempo que os manifestantes irão permanecer no local.

Os trabalhadores protestam contra a política cultural do governo federal e exigem a votação imediata das PECs (Proposta de Emenda à Constituição) 236 e 150 que tramitam no Congresso.

A PEC 236 prevê a inclusão da cultura como direito social, assim como a educação, a saúde, a moradia, o trabalho, entre outros. Já a PEC 150 determina que 2% do orçamento da União seja destinado à Cultura, conforme orientação da ONU (Organização das Nações Unidas) no documento “Agenda 21 da Cultura”.

Os ativistas repudiam ainda o contingenciamento de dois terços do orçamento do MinC, determinado no início do ano pelo governo, e pedem a criação de um prêmio nacional de teatro. O orçamento da pasta previsto para 2011 era de R$ 2,2 bilhões (0,2% do total), mas com os cortes do governo caiu para R$ 800 milhões (0,06%).

“Os cortes congelaram uma série de editais lançados no início do ano e paralisou o trabalho do ministério. É como se o salário dos que trabalham com arte tivesse sido cortado”, afirma Luciano Carvalho, integrante do grupo de teatral Dolores Boca Aberta Mecatrônica de Artes, que atua na Cidade Patriarca, zona leste da capital paulista. De acordo com Carvalho, cerca de 700 pessoas participam da manifestação.

Lei Rouanet
A categoria critica a Lei Rouanet, que prevê isenções fiscais a empresas que investirem em cultura --mecanismo semelhante ao utilizado pela Prefeitura de São Paulo para deixar de recolher R$ 420 milhões em impostos do Corinthians na construção do Itaquerão para a Copa do Mundo. Segundo a categoria, a lei privatiza o financiamento da cultura, ao permitir que as empresas, e não o Estado, decida o destino do dinheiro público da isenção fiscal.

"É esse discurso que confunde política para agricultura com dinheiro para o agronegócio; educação pública com transferência de recursos públicos para faculdades privadas; incentivo à cultura com Imposto de Renda doado para o marketing, servindo a propaganda de grandes corporações. Por meio da renúncia fiscal --em leis como a Lei Rouanet-- os governos transferiram a administração de dinheiro público destinado à produção cultural para as mãos das empresas", afirma categoria em manifesto que circulou na web.

Como contrapartida à Lei Rouanet, os trabalhadores da arte defendem a aprovação, no Congresso, do Prêmio de Teatro Brasileiro, uma lei que prevê a criação de editais para financiamento público de projetos artísticos, nos moldes da lei municipal de Fomento ao Teatro, aprovada em 2002 na capital paulista. “São editais com regras claras, transparentes, com seleção e distribuição dos recursos públicos de forma democrática”, diz Luciano Carvalho.

O ato começou na avenida São João, que fica embaixo do elevado Costa e Silva, em frente a um casarão abandonado conhecido como "Castelinho". De lá, os manifestantes seguiram até a Funarte, que fica na alameda Nothmann. Segundo os grupos que integram a mobilização, o protesto foi organizado após uma série de plenárias. A convocação foi feita via redes sociais da web, como o Twitter, onde os apoiadores propagandearam o evento com a hashtag #CulturaJa.

Por meio de sua assessoria de imprensa, o MinC afirmou que está aberto ao diálogo com a categoria e disse que está esperando que os manifestantes enviem à pasta a lista de reivindicações para se posicionar.

Carta de Osasco - Congresso Brasileiro de Teatro

CARTA DE OSASCO

O Congresso Brasileiro de Teatro, realizado em Osasco, São Paulo, nos dias 26 e 27 de março de 2011, que reuniu profissionais do teatro nacional de vinte estados e do Distrito Federal, com os objetivos de:

discutir e refletir sobre as atuais políticas públicas culturais executadas pelas instâncias públicas e privadas;

e assegurar o debate e a implantação das propostas do setor teatral elaboradas e apresentadas à sociedade e ao Estado, ao longo dos últimos oito anos, decidiu:

considerando os relatos dos congressistas que comprovam que os espaços públicos no Brasil tem sido privatizados, por meio de cobrança de taxas, proibição aos artistas de exercer seu ofício, com o uso de violência física e moral, apesar do artigo 5º da Constituição Federal Brasileira garantir o direito de ir e vir e a liberdade de expressão, entendemos que a mesma está sendo desrespeitada nas instâncias municipal, estadual e federal;

- elaborar instrumentos jurídicos que regulem a ocupação dos prédios públicos ociosos, bem como imóveis que tenham possibilidade de agregar os artistas;

- criar uma comissão para impetrar uma carta-denúncia que deverá ser entregue em audiência com a Ministra da Secretaria Nacional de Direitos Humanos;

- apoiar o projeto de lei federal apresentado pelo Dep. Fed. Vicente Cândido, lido em plenária, que regulamenta a garantia deste direito.

E, também,

considerando os esforços realizados no Congresso Brasileiro de Teatro (1979, em Arcozelo) Movimento Brasileiro de Teatro de Grupo (anos 80), o Movimento Arte Contra à Barbárie (1998), Redemoinho (2004-2009), Rede Brasileira de Teatro de Rua (2007), que culminaram na elaboração da Lei Prêmio do Teatro Brasileiro,

- exigir, em caráter de urgência, a sua votação pelo Congresso Nacional e, posteriormente, a sua implementação pelo Ministério da Cultura;

- fazer mobilização nacional pela votação imediata do Prêmio Teatro Brasileiro;
A plenária do Congresso Brasileiro de Teatro exige, ainda:

- aprovação imediata do Projeto de Lei PROCULTURA, no qual está inserido o Premio Teatro Brasileiro, com dotação orçamentária própria em Lei especifica;

- a execução, pela FUNARTE, dos editais relacionados ao Fundo Setorial de Artes Cênicas;

- a definição do dia 27 de março como o Dia Nacional de Mobilização do Teatro;

Ficou decidido que a data do 2º Congresso Brasileiro de Teatro será dias 06, 07 e 08 de abril de 2012 em Brasília, Distrito Federal.


Osasco, 27 de março de 2011, Dia Mundial do Teatro.

Osasco sediará o Congresso Brasileiro de Teatro

Nos dias 26 e 27 de março de 2011, a cidade de Osasco, através de sua Secretaria de Cultura, sediará o Congresso Brasileiro de Teatro. Proposto pela Cooperativa Paulista de Teatro e com o apoio da Rede Brasileira de Teatro de Rua, o Congresso espera reunir mais de 150 representantes de teatro de todo o país, entre movimentos, redes, cooperativas, associações, sindicatos, acadêmico, fóruns, grupos e companhias.

O objetivo é estabelecer as plataformas de luta da categoria para os próximos anos, debatendo a necessidade de implantação de um programa nacional de fomento ao teatro – o Prêmio Teatro Brasileiro -, assim como as diretrizes do Plano Setorial de Teatro que faz parte do Plano Nacional de Cultura. Os impedimentos que o teatro de rua vem sofrendo no país em apresentações públicas também ganharão espaço no Congresso.

O Congresso Brasileiro de Teatro ocupará a Escola de Artes de Osasco (Avenida Tenente Avelar Pires de Azevedo, 360 – Centro) e terá a seguinte programação:

Dia 26/03

10h Abertura com a presença do Prefeito de Osasco Sr. Emídio Pereira de Souza.
- Cezar Viera – A história dos últimos congressos de teatro no Brasil – O encontro de Arcozelo em 1979.
- Luis Carlos Moreira – O processo de construção do programa Prêmio Teatro Brasileiro.

14h Plenário e debate sobre:
- Prêmio Teatro Brasileiro
- Plano Setorial de Teatro
- Os impedimentos sofridos pelo teatro feito na rua

19h Apresentação teatral da Trupe Olho da Rua, de Santos, com “Terra Papagalli”, no calçadão Antônio Agu. (Em frente ao Shopping Plaza/Centro de Osasco.)

Dia 27/03 (Dia Mundial do Teatro)

9h – Plenária

14h – Aprovação da carta do Congresso Brasileiro de Teatro de Teatro.

19h – Encerramento com apresentação da Cia dos Ventos, de Osasco, com “O Preço do Feijão”, no calçadão Antônio Agu. (Em frente ao Shopping Plaza/ Centro de Osasco.)

Realização:

Cooperativa Paulsita de Teatro
Secretaria de Cultura de Osasco
Rede Brasileira de Teatro de Rua

Informações para a imprensa: (11) 2117-4710 c/ Felipe Jordani ou (11) 7283-6199 c/ Ney Piacentini.

Inscrições para o congresso (até 21 de Março) pelo endereço:congressoteatro2011@yahoo.com.br

Inscrições abertas para o 3º Festival de Teatro de Rua de Porto Alegre


INSCRIÇÕES ABERTAS



O 3º Festival de Teatro de Rua de Porto Alegre, que será realizado de 01 a 12 de abril de 2011, conta com o financiamento da Lei de Incentivo à Cultura do Estado do Rio Grande do Sul, patrocínio da Oi e da Caixa Econômica Federal, com apoio da Oi Futuro. É uma realização da Prefeitura Municipal de Porto Alegre, Serviço Social do ComércioSESC/RS e Associação F&S.


As inscrições para a 3ª Edição do Festival, poderão ser efetuadas de 01 dezembro 2010 a 21 de janeiro de 2011, no Centro Municipal de Cultura Arte e Lazer Lupicínio Rodrigues, na Coordenação de Artes Cênicas, Av. Érico Veríssimo, 307 – CEP 90160-181- Porto Alegre/RS de segunda à sexta-feira das 9h às 12h e das 14h às 17h.

Para concorrer, é necessário enviar fotos, release, rider técnico, um DVD com o espetáculo na íntegra e clipagem com artigos e noticias publicadas sobre o espetáculo. Não serão aceitas inscrições por e-mail.

Maiores informações:

E-mail: cac@smc.prefpoa.com.br ou festivaldeteatroderuaportoalegre@yahoo.com.br

Fones: 051 3289.8061 e 3289.8062 - Artes Cênicas

www.ftrpa.com.br

Carta de Campo Grande/MS

REDE BRASILEIRA DE TEATRO DE RUA

Carta de Campo Grande/MS

28 de Novembro de 2010

A Rede Brasileira de Teatro de Rua - RBTR, criada em março de 2007, em Salvador/Bahia, é um espaço físico e virtual de organização horizontal, sem hierarquia, democrático e inclusivo. Todos os grupos de teatro, artistas-trabalhadores, pesquisadores e pensadores envolvidos com o fazer artístico da rua, pertencentes a RBTR podem e devem ser seus articuladores para, assim, ampliar e capilarizar, cada vez mais reflexões e pensamentos, com encontros, movimentos e ações em suas localidades.

O intercâmbio da Rede Brasileira de Teatro de Rua ocorre de forma presencial e virtual, entretanto toda e qualquer deliberação é feita nos encontros presenciais, sendo que seus articuladores farão, ao menos, dois encontros anuais de forma rotativa de maneira a contemplar todas as regiões brasileiras, valorizando as necessidades mais urgentes dentro do país. Os articuladores de todos os Estados, bem como os coletivos regionais, deverão se organizar para garantir a participação dos encontros, além da continuidade dos trabalhos iniciados nos Grupos de Trabalhos (GT´s) criados no Oito Encontro, a saber: 1) Táticas de utilização dos espaços públicos; 2) Criação da Lei Programa de Fomento ao Teatro de Rua do Brasil; 3) Desburocratização e Prestação de Contas dos editais.

A Rede Brasileira de Teatro de Rua reunida em Campo Grande- MS, de 24 a 28 de novembro de 2010, em seu 8º Encontro reafirma sua missão de:

· Contribuir para o desenvolvimento do fazer teatral de rua no Brasil e na América Latina, possibilitando as trocas de experiências artísticas e políticas entre os articuladores da rede;

· Criar a lei federal que instituirá o Programa de Fomento ao Teatro de Rua do Brasil e lutar por outras políticas públicas culturais com investimento direto do Estado por meio de fundos públicos de cultura, garantindo assim o direito à produção e ao acesso aos bens culturais a todos os cidadãos brasileiros;

· Lutar por uma regulamentação do uso dos espaços públicos abertos, nas esferas municipais, que garanta o livre acesso à prática artística, considerando as especificidades dos diversos segmentos das artes cênicas e respeitando o artigo 5° da constituição brasileira*.

· Reafirmar a necessidade por um mundo socialmente justo e igualitário que respeite as diversidades regionais.

Os articuladores da Rede Brasileira de Teatro de Rua, com o objetivo de construir políticas públicas culturais mais democráticas e inclusivas, defendem:

· Ampliar o recurso do FIC (Fundo de Investimento Cultural do estado do Mato Grosso do Sul), que é o mais baixo do país, para 1,5% garantindo uma porcentagem específica para o teatro de rua.

· A criação da Lei que instituirá o Programa de Fomento ao Teatro de Rua do Brasil que contempla: produção, circulação, formação, trabalho continuado, registro e memória, manutenção, pesquisa, intercâmbio, vivência, mostras e encontros de teatro de rua, levando em consideração as especificidades de cada região (ex: custo amazônico); A verba para o Programa virá por meio do financiamento direto do Estado e recursos do pré-sal, através dos Fundos Setoriais já constituídos, constando como item orçamentário da União;

· Debater e criar junto ao poder público, marcos legais nacionais para plena utilização dos espaços públicos abertos, extinguindo todas e quaisquer cobranças de taxas, bem como a excessiva burocracia para as apresentações de artistas-trabalhadores, grupos de rua e afins, garantindo assim, o direito de ir e vir e a livre expressão artística, em conformidade com o artigo 5º da Constituição Federal Brasileira;

· Quanto aos prédios passíveis de serem considerados de utilidade pública e que não cumprem sua função social, construir, adequar, equipar para atividades teatrais como: espaços para ensaio, atividades formativas, para sedes de grupos que desenvolvam ações continuadas, para apresentações e atividades afins.

· Impedir a comercialização ou uso do espaço público por eventos de grande porte que impeçam a atividade dos outros trabalhadores da rua, visto que a rua é um espaço democrático, livre e de todos os cidadãos. A adequação técnica e arquitetônica destes espaços como equipamentos culturais (sedes públicas), para atividades artísticas, levando em conta as especificidades dos diversos segmentos das artes cênicas.

· Que os editais federais sejam publicados no primeiro trimestre de cada ano com maior aporte de verbas, liberadas sem atrasos, respeitando os prazos estipulados pelo edital e que seja publicada a lista de projetos contemplados e suplentes, e a divulgação de parecer técnico de todos os projetos avaliados pela comissão.

· Que os editais sejam estruturados e divididos, pensando as realidades de cada Estado, como foi realizado até 2007, e que sejam criadas comissões igualmente regionalizadas e indicadas pelos movimentos artísticos organizados de cada região, bem como a criação de mecanismos de acompanhamento e assessoramento dos artistas-trabalhadores e grupos fazedores das artes cênicas da rua;

· A representação do teatro de rua nos colegiados setoriais e conselhos das instâncias Municipal, Estadual e Federal;

· A aprovação e regulamentação imediata da PEC 150/03 (atual PEC 147), que vincula para a cultura, o mínimo de 2% do orçamento da União, 1,5% no orçamento dos estados e Distrito Federal e 1% no orçamento dos municípios;

· Reformulação da lei 8.666/93 das licitações, convênios e contratos, com a criação de um capítulo específico para as atividades artísticas e culturais, que contemple nas alterações, a extinção de todas e quaisquer formas de contrapartida, considerando que o trabalho artístico de rua já cumpre função social.

· A extinção da Lei Rouanet e de quaisquer mecanismos de financiamentos que utilizem a renúncia fiscal, por compreendermos que a utilização da verba pública deve se dar através do financiamento direto do Estado, por meios de programas e editais em formas de prêmios elaborados pelos segmentos organizados da sociedade;

· Exigimos o apoio financeiro contínuo do MINC/Funarte aos Encontros Nacionais e Internacionais de Teatro de Rua, tendo como foco a América Latina, no valor equivalente ao montante que é repassado àqueles realizados pela Associação dos Festivais Internacionais de Artes Cênicas do Brasil e que as estatais contemplem com equidade, em seus editais, o teatro de rua, respeitando o critério de regionalização;

· A imediata contratação de um convênio, com MINC e FUNARTE, para o ano de 2011, para realização do IX e do X Encontro da Rede Brasileira de Teatro de Rua.

· Que seja incluído dentro das Universidades, instituições de ensino e escolas técnicas, matérias referentes ao estudo do Teatro de Rua, da Cultura Popular Brasileira e do teatro da América Latina.

· A valorização e financiamento das publicações e estudos de materiais específicos sobre teatro de rua e manifestações da cultura popular e sua distribuição, respeitando sua forma de saber enquanto registro.

· Que o MINC realize uma reforma na diretoria de Artes Cênicas da FUNARTE, transformando as atuais coordenações em diretorias setoriais de Teatro, Circo e Dança.

· Inclusão dos programas setoriais nos mecanismos do Procultura;

O Teatro de Rua é um símbolo de resistência artística, comunicador e gerador de sentido, além de ser propositor de novas razões no uso dos espaços públicos abertos. Assim, instituímos o dia 27 de março, dia mundial do teatro e dia nacional do circo, como o dia de mobilização nacional por políticas públicas, e conclamamos os artistas- trabalhadores, grupos de rua e afins e a população brasileira a lutarem pelo direito à cultura e à vida.

Reunidos nestes cinco dias, ficou decidida a localidade do próximo encontro, que será sediado na cidade de Arco Verde, no Estado de Pernambuco, na região nordeste, no mês de maio de 2011.

“A poesia não compra sapato, mas como andar sem poesia”

Emmanuel Marinho – poeta sul matogrossense

28 de novembro de 2010

Campo Grande- MS

Rede Brasileira de Teatro de Rua

Blog do VIII Encontro

http://rbtrms.blogspot.com/

Relato do VIII Encontro da Rede Brasileira de Teatro de Rua

Estivemos reunidos em Campo Grande ,Mato Grosso do Sul ,nos dias 24-28 de novembro. As apresentações e rodas de conversas foram realizadas nas sedes dos grupos locais ,Circo do Mato ,Flor e Espinho e FESMAT(Federação Sulmatogrossense de Teatro),Praça Ari Coelho,Calçadão da Barão de Rio Branco e Arena do Horto Florestal .

O encontro foi harmônico e produtivo onde ocorreu um belo cortejo de abertura, Mostra de Teatro de Rua da Rede Brasileira de Teatro de Rua,roda de conversa e lançamento do livro “Teatro de Rua no Brasil”-(Licko Turle e Jussara Trindade) assim como a participação da atriz e diretora de teatro de rua Teresa Meyer representando o Paraguai e de cinco municípios de Mato grosso do Sul .

Após a apresentação e relatos dos articuladores e suas respectivas localidades,lemos as propostas de pautas que foram colocadas na rede e construímos coletivamente a pauta onde foram discutidos e encaminhados os seguintes temas :

Diferença entre sede pública de um grupo e sede pública na rua,restrição a utilização dos espaços públicos,conhecimento do planos diretor e lei orgânica dos municípios,avaliação do Pro-cultura ,avaliação de governo e suas ações em relação aos combinados,burocracia do SINCOV ,fundo setorial ,o não cumprimento dos editais e prazos por parte da FUNARTE/MINC ,participação dos articuladores da RBTR nos conselhos e colegiados setoriais,autonomia da rede e local do próximo encontro .

Foram produzidas uma carta de repudio ao atraso do MINC, uma carta do encontro e um oficio para o Ministério das Cidades solicitando a requalificação de espaços públicos como equipamentos culturais via PAC, existe também um relatório sobre as discussões diárias . O relato dos encontros esta com o Luciano, a carta e o oficio estão com a Aicha dos Inventivos, além do estabelecimento de gts de trabalho para prepararem algumas metas tiradas para o próximo encontro .

A partir dos exaustivos debates encaminhamos os seguintes GTs e seus respectivos integrantes que terão de construir documentos a serem discutidos na rede virtual e serem apresentados no próximo encontro:

GT-Espaços Públicos

Aisha-Inventivos SP

Rita-Vivarte-AC

Luiz paulo-Rosa dos Ventos-SP

Cleitom-Artimanha-SP

Romualdo-Tropa do Balacobaco-PE

Natália –Parlenda –SP

Fernando-maracangalha-MS

GT -Desburocratização e SINCOV

Luciano –Artimanha-SP

Alexandra-MS

Juliano-Vivarte-AC

Daniela-Vivarte-AC

Guto-RS

GT-Programa Lei de Fomento

Luciano-artimanha-SP

Humberto-Quem tem boca ....-PB

Kuka-Gueto poético-BA

Grasi-Lavrado-RR

Thiago-Pindaíba-MG

Pavanelli-Núcleo Pavanelli-SP

Marcos-Inventivos-SP

Nathalia-Parlendas –SP

Consideramos a realização desse encontro em Campo Grande um marco na história do teatro sulmatogrossense sobretudo para o teatro de rua ,que numa experiência inédita ,um coletivo de cinco grupo vivenciaram ,em processo de construção coletiva do encontro a afirmação da diversidade como possibilidade de resistência e perspectivas futuras .

A presença da RBTR em Campo Grande nos deixa com saudades do futuro .

Viva o Teatro de Rua !Viva a Rede Brasileira de Teatro de Rua!

EvoÉ!

Teatro imaginário Maracangalha

Circo do Mato

Flor e Espinho-Teatro

Teatral Grupo de Risco

Mercado Cênico

Campo Grande 2 de dezembro de 2010.